Ele quis saltar do monte, estava assustado, acoado pela sua nova situação, um mundo de inquietações e oportunidades que surgiam a cada dia e que ele insistia em recusar uma por uma, estava com medo de viver.
Sim, ele estava com medo de sair da sua zona de conforto e pisar em um solo desconhecido, (Mudanças), ele temia o novo. Tremia só de pensar que tudo o que havia planejado e sonhado por tanto tempo estava perdido, ele estava sem chão, totalmente confuso, e absolutamente atordoado com sua nova condição de vida, teria que recomeçar, de onde? E por quê? Ah, isso ninguém sabia, e nem precisavam saber, isso era problema dele e somente dele.
Para todos dizia apenas que precisaria mudar, mudar seus caminhos; mudar seus conceitos; mudar de planos; quem sabe de cidade? Ele ainda não sabia. Novamente pensou em pular do monte, saltar do alto como se fosse voar, para qualquer lugar, para um mundo distante, um novo plano, fugiria para qualquer nova dimensão. Tudo teria um fim, já não teria que resistir a nada mais, a solução era pular, mas ao invés disso, resolve sentar ali mesmo sobre o monte, observou a paisagem e desistiu, assim como que estivesse em dúvida entre comer pudim ou bolo fofo na sobremesa, assim mesmo ele desistiu de voar, respirou fundo e optou por encarar a vida como ela é, sem fugas.
